Entrevista Diogo Baldaque Silva, Direcção Executiva à revista CECOP

  • Pode falar um pouco sobre a empresa POLO antes de se juntar a FIBO?

    A POLO tem uma história de mais de 50 anos na produção e comercialização de lentes oftálmicas de qualidade. Sempre foi reconhecida como uma empresa 100% Portuguesa com uma tecnologia recente freeform, numa fase pré-integração minha na empresa, que nem todos os laboratórios usavam na plenitude. Sempre muito orientada para o rigor, a exigência e a preocupação na melhoria contínua de produto, mas com o foco da atividade centrado na exportação. Daí o pouco reconhecimento no mercado interno. Ainda assim, atrevo-me a dizer que a POLO tem feito uma história interessante no desenvolvimento da indústria recente da óptica, no apoio aos ópticos e na própria evolução da equipa. Logo, percebe-se o seu potencial e poder de investimento para melhorar serviços, marketing e vendas. A fusão com a FIBO vem só trazer outra agilidade à presença no terreno.

  • Qual era a proximidade da POLO com a FIBO antes da fusão?
    Na verdade, a fusão é efetivamente uma consequência de proximidade. Ou seja, não falamos de duas empresas completamente distantes que decidem unir-se. A POLO e a FIBO partilhavam o mesmo ADN, mas na operação serviam propósitos complementares. A POLO mais focada na produção e a FIBO mais orientada para o retalho óptico. Serviam-se mutuamente, sempre unidas a nível de equipas, coordenadores, Direção e Administração.

  • Porquê a fusão agora?
    Estamos perante uma fase, a nível social e económico, em que a simplicidade de processos e a eficácia de comunicação é essencial para o sucesso de qualquer empresa. Assim, pareceu-nos uma ótima oportunidade tornar esta fusão real, de forma a realizar melhorias internas constantes, para conseguirmos fazer mais e melhor! Anualmente fazemos sempre a pergunta: “O que faz o negócio dos nossos parceiros ópticos crescer e como melhorar a experiência de compra do óptico e do utilizador final?”. A fusão é, para já, a primeira estratégia definida para responder positivamente a esta questão.

  • O que muda para os ópticos, principalmente os que já são clientes FIBO?
    O que muda é o mesmo que nos motivou a realizar a fusão: a simplicidade de processos e a eficácia de comunicação. Será mais fácil fazer negócio connosco.
    Para quem tem a FIBO como parceira, esta união com a POLO vai permitir ser cliente de uma empresa com uma enorme qualidade técnica, atribuindo confiança à inovação da POLO. Uma vez que a POLO é 100% portuguesa, trará mais proximidade das ópticas à produção, tornando todo o processo mais ágil.
    Na prática, juntas, terão maior capacidade para investir (na marca e na sua divulgação), seja na comunicação exterior seja através das sinergias no portfólio.

  • Quais são os principais objetivos da POLO para este ano de 2022?
    Podemos dividir os nossos objetivos pelos dois semestres do ano. No primeiro, a equipa estará focada no rebranding e no aumento da notoriedade da marca POLO (seja a fase de mudança para o ótico, seja o reconhecimento do consumidor), a assegurar o novo portfólio de produtos e serviços e, por último, mas não menos importante, a implementar uma maior e mais consistente presença digital B2B e B2C. No segundo, vamos estar mais focados na equipa, apostando na formação (interna e para clientes) e, obviamente, crescimento orgânico, após 2 anos difíceis devido à pandemia.

  • A qualidade do produto é uma peça chave para o óptico que também está ligada ao ticket médio dos clientes de uma óptica. Pode falar um pouco sobre os valores vs preço dos produtos da POLO e das inovações ao longo dos tempos?
    As palavras “valor” e “qualidade” englobam várias questões: funcionalidades, design, marca, distribuição, eficácia e rapidez dos serviços complementares e preço pago. Felizmente temos conseguido, nos últimos anos – já estou na Fibo desde 2013, um aumento ligeiro e consistente, do preço médio vendido de cada lente. Quer isto dizer que temos conseguido mostrar aos utilizadores finais, através dos ópticos, as melhorias referidas – inovações de funcionalidades, melhoria de design das geometrias e espessura das lentes, maior número de ópticos que trabalham diariamente connosco, além de outros serviços que prestamos a nivel de apoio ao cliente e pós-venda. São disso exemplo: lançamento em 2013 do tratamento que protege as radiações azuis nocivas, em 2014 re-desenho do sistema de pedidos POLOOnline; em 2015 a reorganização do portfólio por utilização e não por tecnicidade; em 2016 progressiva topo de gama com tecnologia double-surface; em 2018 as novas linhas de saúde e para profissionais; em 2020 melhoria no tratamento anti-reflexo+ anti-fog (para uso com máscaras covid); e, muito recentemente, há 2 meses, o novo tratamento Safira 2.0 com melhorias significativas em termos de resistência e durabilidade.

    Estas constantes inovações permitem aumentar o valor funcional percebido pelo utilizador e óptico.
  • A FIBO sempre apoiou o associado da CECOP nas inúmeras ações propostas pelo grupo para formações e cursos. Além disso a empresa sempre foi um dos principais patrocinadores da EXPOCECOP, nomeadamente em patrocínios de formações potentes oferecidas no evento aos associados. Como vê a importância dos ópticos a estarem sempre atualizados no seu negócio?
    Uma palavra de enorme apreço pelas excelentes relações que temos tido com o Grupo CECOP nos últimos anos, quer a nível de ópticos parceiros, quer a nível de iniciativas concretas que implementamos com a Direção do Grupo.
    Na verdade, estarmos atualizados sobre o negócio que integramos é sempre essencial em qualquer atividade e, relativamente aos ópticos, não é diferente. Cruzar as expectativas dos utilizadores com as necessidades dos ópticos é o essencial do nosso sector. Ainda no ano passado participei, com os associados da CECOP, num curso de formação durante várias semanas onde a partilha de ideias, no dito curso, foi muito importante na nossa perceção da cadeia de valor e atualização de conhecimentos.
    No nosso sector só conseguimos atingir aos objetivos se conseguirmos oferecer conforto aos consumidores, por isso, os ópticos devem estar sempre um passo à frente dessa necessidade.

  • Onde acha que se encontra o verdadeiro segredo em se relacionar com o optometrista?
    Existem duas palavras-chave que, na união entre a POLO e a FIBO se tornam o ADN da nova marca: Confiança e Proximidade. São também, a meu ver, palavras-chave na relação com o optometrista. Confiança no nosso trabalho que será prescrito por ele, Proximidade com o optometrista para o ajudar a realizar o seu trabalho com rigor, e a entregarmos a melhor solução – lentes oftálmicas – adequada para a anomalia visual do seu paciente.

  • Quais são os principais desafios da POLO nos próximos 5 anos?
    Um dos principais desafios é conseguir implementar a marca POLO no mercado exatamente da forma que estamos a planear, ganhando notoriedade de marca. Depois, podemos enumerar o trabalho contínuo de proximidade ao óptico, a melhoria continua dos processos, a aposta constante na formação com parceiros, equipa e ópticos e, por último, a sustentabilidade do negócio.